E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
David Mourão-Ferreira
4 comentários:
Por vezes... por vezes... O tempo tem destas coisas...
Nunca um poema me vestiu tanto e tão bem quanto este nos dias que passam.
Um segundo que me tatuou para os séculos. Quando voltar, aqui, cá,como mulher ou elefante, cavalo ou até mesmo a água da chuva essa marca há-de lembrar-me de novo.
Fica bem
e...por vezes sabe tão bem ler destas coisas!
beijos
E por vezes nos decepcionamos
Diante do andar lento dos meses...
Muito LindO!
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