Lentas gotas de som no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Leve sombra azulando a pedra do quadrante,
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre...
Eugénio de Andrade
"tudo o que é ameaçado pelo tempo, para não morrer, segrega a mentira e, proporcionalmente, o perigo de morte. É por isso que não existe amor pela verdade sem uma admissão ilimitada da morte."
3 comentários:
Ao inverno chega-se pela ausência das gaivotas
nos lábios e nas dunas:
não há outra estrada.
Isso sei, ou como o sangue é branco sobre a erva:
mas não se mais nada.
Eugénio de Andrade
Mas até a hora findar-se ouve-se o murmurio da chuva, tecem-se ligações, pintam-se quadros.
Vida que pinga, pingos de vida.
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