O mundo estava preparado.
No seu lugar, cada objecto esperava o início.
O sol esperava.
O mundo estava preparado e suspenso.
Nós, dentro dos homens, depois das nuvens, sabíamos como tudo ia acontecer.
O nosso olhar passava sobre os campos, rente à terra, atravessava os ramos das árvores e o mês de Julho.
No silêncio, distinguíamos as palavras que, durante um momento futuro, se iriam erguer como uma construção de cinza.
Nos objectos, distinguíamos os gestos que, a partir de um momento futuro, iriam alterar a sua ordem.
Era o silêncio.
A terra esperava passos.
O sol esperava olhares para iluminar.
O tempo, Julho, existia na distância entre os objectos suspensos.
Nós assistíamos à espera do mundo.
A terra sabia.
O sol sabia.
O tempo sabia.
Nós sabíamos.
Os homens não sabiam.
Ele e ela não sabiam.
José Luís Peixoto
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