quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Espaço Disponivel

Deito-me no
teu corpo
como se fosses
a minha última cama
no meu quarto de hóspede dos dias.
Deito-me e
velo
a criança lúcida
que dorme reclinada
na orla marítima do silêncio.
Ali onde o
tempo
se anula e renova
na substância palpável
dum gesto ou dum olhar
colhidos sobre a água
construo a minha casa,
habito o espaço inteiro
disponível para a vida,
necessário para a morte.

Albano Martins

2 comentários:

AnaMar (pseudónimo) disse...

Um poeta que desconhecia (entre tantos outros) :-D

Gostei.

Gasolina disse...

Encaixes perfeitos.