terça-feira, 30 de setembro de 2008

Vida

Murmúrio de água na clepsidra gotejante,
Lentas gotas de som no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Leve sombra azulando a pedra do quadrante,
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre...

Eugénio de Andrade

3 comentários:

AnaMar (pseudónimo) disse...

Ao inverno chega-se pela ausência das gaivotas
nos lábios e nas dunas:
não há outra estrada.

Isso sei, ou como o sangue é branco sobre a erva:
mas não se mais nada.

Eugénio de Andrade

Gasolina disse...

Mas até a hora findar-se ouve-se o murmurio da chuva, tecem-se ligações, pintam-se quadros.

Teresa do Mar disse...

Vida que pinga, pingos de vida.