segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vive o instante que passa.


Vive-o intensamente até à última
gota de sangue. É um instante
banal, nada há nele que o distinga
de mil outros instantes vividos.
E no entanto ele é o único por ser
irrepetível e isso o distingue
de qualquer outro. Porque nunca
mais ele será o mesmo nem tu que o
estás vivendo. Absorve-o todo
em ti, impregna-te dele e que ele
não seja pois em vão no dar-se-te
todo a ti. Olha o sol difícil
entre as nuvens, respira à
profundidade de ti, ouve o vento.
Escuta as vozes longínquas de
crianças, o ruído de um motor que
passa na estrada, o silêncio que
isso envolve e que fica.

E pensa-te a ti que disso te apercebes, sê vivo aí, pensa-te vivo aí, sente-te aí. E que nada se perca infinitesimalmente no mundo que vives e na pessoa que és.

Vergílio Ferreira

2 comentários:

Arabesco disse...

Amanhã... será tarde, porque outro já foi.


o tempo pergunta ao tempo quanto tempo o tempo tem...


beijo dos Beijos

Maria Manuel Gonzaga disse...

por vezes sento-me e vejo-me a viver.